segunda-feira, 30 de junho de 2008

Desenho

Quem desenha ou quem lida com desenhos consegue identificar o autor de um desenho pelo traço. É engraçado até ver que, por mais que se diversifique nos temas, nas técnicas, nas composições..., há pessoas que têm um estilo, um traço muito próprio do qual não consegue (ou não quer) fugir. Na verdade, acredito que é algo muito interior, uma característica inata ao desenhador e portanto não escolhe fugir ou não ao traço.
O meu traço é muito provavelmente característico de mim, mas não o sei com toda a certeza porque não tenho distanciamento suficiente para saber isso.
Mas do que consigo perceber do meu Desenho, sei que tenho uma tendência irrevogável para o esboço. E se isso pudesse ser bom, e foi, para algumas situações pedidas, ou até para uma certa fase de desenvolvimento da técnica, vejo agora que parece que não saí desse patamar. E isso não é bom em situação alguma.
De qualquer forma, se vir isto como uma oportunidade, então será, é a oportunidade que eu tenho de perceber o meu Desenho numa perspectiva holística e que dá-me outra oportunidade, a de partir daí para uma nova fase de desenvolvimento. E isso é muito bom, se for bem aproveitado.
A verdade é que não tenho desenhado ultimamente, a verdade é que ando perdida e angustiada com o sentido das coisas, uma questão que não me saí da cabeça, em todos os seus sentidos, em todas as suas possibilidades, até na imagem da sua simples expressão "o sentido das coisas". Então, agarro-me com força, assim espero, ao que percebi - é uma relação teórica com o Desenho que um verdadeiro desenhador não lhe daria muita importância. Agarro-me à verdade (?) de que deverei evoluir para um desenho mais limpo, mais linear, definido, um desenho que parte do entendimento das formas. Deve ser isso que quererá dizer Desenho - e só o percebi passado tanto tempo...
Para ilustrar isto, ou então, verdadeiramente, para acompanhar isto, aqui deixo alguns desenhos do meu último Diário Gráfico acabado. Representarão uma fase anterior do sentido das coisas? Representarão o imediatamente anterior a um novo Desenho?



quarta-feira, 25 de junho de 2008

Esperança I, de Gustav Klimt

Nada me liga a nada.
Fico apenas com estas cores
e com este olhar
como última inspiração -
inspiração de respiração,
porque nem a inspiração criativa
me aparece.

Esta imagem
sabe bem. Cheguei a casa.