quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Diários (gráficos)

Qualquer diário, gráfico ou não (se bem que para mim são sempre gráficos, porque escrever também é desenhar), consegue espelhar o nosso crescimento, as nossas vivências. O que desenhamos ou escrevemos num dia e o achamos maravilhoso, não será preciso muito tempo para afinal não o acharmos assim tão especial...

Pelo menos isso tem-me acontencido, sobretudo com os desenhos. Por exemplo, as fotografias que aqui apresento são dos últimos desenhos que fiz para o meu Diário Gráfico de OFA, cujo tema actual é o corpo humano-pés. E neste momento adoro-os, gosto mesmo muito do que fiz. Mas depois penso que também adorei tantos outros desenhos que agora quase tenho vergonha de mostrar, porque... sei lá porquê, porque já só consigo ver as falhas e já faço melhor que isso? Talvez.

Talvez, seja por isso que os Diários são supostos de serem muito pessoais e muitas pessoas (arrisco, as mais experientes) não gostam de mostrá-los. Creio que é preciso ter coragem para não mostrar certas coisas, porque tem-se sempre medo de nunca serem vistas e de nunca serem adoradas, nem que seja até à próxima criação, por mais ninguém.

Outra coisa que aprendi, ontem com os meus pensamentos enquanto desenhava pés, é que por mais que tentemos fugir do que somos, do desenho que somos, é impossível e não vai correr bem, nem sequer se vai parecer com um desenho. Mas se aceitarmos aquilo que somos, conseguimos ser um desenho ainda melhor e descobrimos mais de nós prórprios, e definimo-nos mais... E assim, passado pouco tempo, até ao próximo desenho que seremos, já não vamos achar assim tão especial o desenho que eramos, perante o desenho novo que somos.
Eu descobri isto porque no meio de tantas inspirações (e inveja) que encontrei por tantos sítios, fizeram-me quere desenhar aquilo que eu não desenho, fizeram-me querer ser uma coisa só por ser, não por ser eu... Depois das tentaivas falhadas é que percebi que podia ser melhor sendo eu. Sendo o desenho que sou, apesar de o ter desenvolvido...
Enfim, não serei uma ilustradora declarada, mas já ilustrei um conto e gostei do que fiz e da mesma maneira que o fiz sempre posso ilustrar outras coisas com os meus desenhos pouco cartoonistas, mais realistas com o seu toque "estranho", como tudo o que eu gosto.
Este também é um Diário Gráfico, é um Caderno gráfico, um caderno... Como ele já tive tanto, mesmo sem o saber, e outros com a mais perfeita noção e responsabilidade pesada; foram cadernos de papel, de linhas e lisos, onde colasse também outros papéis, blogs... E por este universo de cadernos cibernéticos há tantos que adoro e tantos para descobrir e adorar. Hoje, dou sou uma sugestão: diariografico.com, vão lá e vejam com especial atenção o espaço dos 22 viajantes.
NOTA: hoje fotografei e estive na minha adorada Câmara Escura, não é bonito?

sábado, 23 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Longa e Profunda Golfada

Cachimbo na boca,
Era o que eu queria.
Chapéu de coco de uma louca,
Era o que eu queria e seria.

Danças sem sentido,
Onomatopeias tresloucadas,
Palavras ditas num dito, deixadas de serem disfarçadas.

Escritos, escritos e mais
Escritos. Desenhos, estudos e esquiços.
Mente bem fumada
(Longa e profunda golfada) para depois ser expirada.

E a inspiração? Existe? não existe?
Para quê saber o que me pediste,
Se a ti mim própria vou chamar fingida,
Muito depois até da última bebida bebida.


poema originalmente escrito a 3 de Fevereiro de 2008, à noite.
Este poema pouco tem haver com os que costumo escrever, porque não sei rimar e são todos de resto versos que não rimam. Mas aqui tentei, porque era mesmo essa a intenção (como os outros não tem a intenção de rimar). O sentimento, esse é igual ao dos os outros e talvez seja por isso que gosto deste e foi o que escolhi para publicar, em representação dos poemas que assumo que escrevo e dos tantos que ontem escrevi todos de inchada.