Ao fim de 7 capítulos do Viver para contá-la, Gabriel García Márquez, não sei bem se tenho muito para contar. Mas sei bem o quanto está a ser importante para a mim, para a minha pequena e ingénua existencia, a leitura deste livro. É uma viagem pelas memórias de um grande artista que não pretendo copiar (não!), mas que admiro dentro ou fora dos limites do desejo da sua vida para mim.
Sobretudo, o seu estilo de vida. Isto até parece rídiculo assim escrito, mas é verdade! Este homem conseguiu o que eu mais quero conseguir. No entanto, parece-me tão difícil ultrapassar certas dificuldades, principalmente a de que só conseguiria ser bem sucedida se vivesse no mundo que idealizo sem contrariedades. A inevitável certeza de que o que me estorva mais é a minha prórpria cobardia. Porque não existem tais mundos, como com muita probabilidade não existem contrariedades concretas. É que posso dar-me ao luxo de inventar contrariedades, seja de onde e por onde for: argumentos falsos, e arranjados.
Mas Gabito não se deu a esse luxo - a sua miséria chegou a ser tal, que nem eu me atrevo a desejá-la para compor um auto-retrato boémio. Chegou a ser muito pobre mesmo, passou por muitas dificuldades. Já as dificuldades artísticas ele as recebia, admitia e corrigia como um artista e um Homem devem-no fazer! E eu não.Pobre, estúpida.
Para continuar...