domingo, 19 de julho de 2009

Ao fim de 7 capítulo

Ao fim de 7 capítulos do Viver para contá-la, Gabriel García Márquez, não sei bem se tenho muito para contar. Mas sei bem o quanto está a ser importante para a mim, para a minha pequena e ingénua existencia, a leitura deste livro. É uma viagem pelas memórias de um grande artista que não pretendo copiar (não!), mas que admiro dentro ou fora dos limites do desejo da sua vida para mim.
Sobretudo, o seu estilo de vida. Isto até parece rídiculo assim escrito, mas é verdade! Este homem conseguiu o que eu mais quero conseguir. No entanto, parece-me tão difícil ultrapassar certas dificuldades, principalmente a de que só conseguiria ser bem sucedida se vivesse no mundo que idealizo sem contrariedades. A inevitável certeza de que o que me estorva mais é a minha prórpria cobardia. Porque não existem tais mundos, como com muita probabilidade não existem contrariedades concretas. É que posso dar-me ao luxo de inventar contrariedades, seja de onde e por onde for: argumentos falsos, e arranjados.
Mas Gabito não se deu a esse luxo - a sua miséria chegou a ser tal, que nem eu me atrevo a desejá-la para compor um auto-retrato boémio. Chegou a ser muito pobre mesmo, passou por muitas dificuldades. Já as dificuldades artísticas ele as recebia, admitia e corrigia como um artista e um Homem devem-no fazer! E eu não.Pobre, estúpida.
Para continuar...

4 comentários:

disse...

Ao fim do capítulo VII voltaste a ceder. Sabes por vezes eu penso que todos estes ideais partem de nós com a mesma facilidade com que são desacreditados. Nós que pensamos um dia chegarmos junto dos que admiramos determinamo-nos a desacreditar imediamente em tal crença. Isto é tão contraditório. Quando naquela noite conversavamos sobre a Arte eu percebi algo que eu própria não conseguiria aceitar. Admiti ter perdido uma capacidade que não possuo e tu falaste me do trabalho, dadedicação um esforço que a meu ver só existe com idealização. é este o problema não é possivel prolongar uma coisa que se não se tem a certeza de que se acredita plenamente, algo que vai para além das contrariedades que falas. Talvez por isso Garcia Marquez chegou mais longe porque apesar da miséria os seus ideais não findaram pelas dificuldades mas concretizaram se pela crença e pelo trabalho que defendes. E é isto que me leva a pensar que a Arte em toda a sua extensão não chega a todos, isto é, não é alcançada por todos, porque a vêem como algo estático algo que não contem nada mais para alem do que ve e das sensaçoes imediatas que promove. Porque este desejo de absorver tudo rapidamente destroi o que foi criado para a eternidade, os olhos consomem tão depressa que o pensamento não acompanha o deslumbramento. Acreditaremos na arte infinitamente? Sim por vezes parece algo que não existe, que foi programado para servir uma coisa em concreto, algo que não foi realizado de dentro mas que partiu de interferencias e imposiçoes exteriores. Eu não sei exactamente mas não me parece que a vida sem a criação exista. Por vezes é mais facil acomodarmo nos com a tal realidade pratica aquele que nos conduz a vida comum, a mesma que nos garante estabilidade. Mas eu sei que para mim isso não chega, não sei o que falta e com certeza tb anseio por estabilidade mas não assim, não à parte de todas as concepções artisticas, não restrita à banalidade da realidade fisica. Acredito, e isto é mesmo seguro,que os nossos fundamentos são os pilares que nos diferenciam e tu tambem, tanto que consegues perceber que ao fim do 7º capitulo a criação esteve lá e distinguiu-o.

É isto. Um beijo

eudesaltosaltos disse...

Percebo-te.

J.V disse...

Não pares... Julho já é demasiado longe.
Bjs

Dê disse...

Espero que nao tenhas desistido neste micro espaço de ti.

Continuo a segui-lo.
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