"5 Setembro 2008 - 0H09
Então e os dias em que não escrevo? Onde é que estou? Onde é que fui? Onde é que isto vai parar?
Escreva ou não escreva.
Vivo, adormeço, mal sinto, absorvo, vejo, leio, não sou, sonho, penso, imagino, perco a razão, perco-me, não sei onde estou, estou no mesmo sítio, sempre, e depois acordo por breves instantes, e então? Sou influenciada. E então... Não sou nada.
Afinal não sou nada.
A minha fraca existência, para além da constatação da minha fraca composição corpórea, da minha carne putrífica, não é mais que um seguimento desmedido e incoerente de influências mal pensadas e que no entanto resultam em pensamentos constantes, sonho de alguém que nunca vou ser, porque eu nunca sou.
A minha fraca existência nem isso que pretende ser é.
Eu não sou nada. Talvez ninguém seja alguma coisa, (...) porque só o que está em frente é que as pode fazer serem, por isso quando chegam lá, são."